Parece muito mais tempo mas o Frank Bar que fica ao lado da recepção do Hotel Maksoud Plaza só tem dois anos de funcionamento, e agora lança mais uma carta de drinks criados pelo bartender Spencer Amereno um dos melhores representantes da coquetelaria brasileira atual.
Depois de meses de pesquisas e testes a carta 2017/2018 traz 20 receitas, sendo 17 exclusivos. Eles estão divididos em quatro seções.
A primeira e maior seção Simulacrum tem metade dos drinks e é focada em grandes ícones da coquetelaria, mas vai contra a mentalidade de que o drinque deve seguir a receita à risca. É uma ótima viagem para quem quer viajar no tempo e entender o clima de quando e onde um drinque foi criado. Neste segmento são citadas histórias de grandes nomes como Jerry Thomas, que teve enorme influência no século XIX e chamava muita atenção fazendo malabarismo com os utensílios do bar, usando abotoaduras, colares e anéis de diamantes. Ele lançou o Bar-Tender´s Guide em 1862 e trouxe pela primeira vez a receita de um “cock-tail”. Baseado em Thomas foi criado o ‘Improved Whiskey Cocktail’, com uma mistura de Bourbon Woodford Reserve, tintura de absinto, estragão mexicano, folha de pitanga, charuto e Jerry Thomas Own Decanter Bitters.
Outros influenciadores que também aparecem são Harry Johnson, russo que venceu como um dos cinco melhores e mais científicos bartenders da época em New Orleans; Emilio “Maragato” Gonzalez, espanhol que migrou para Cuba e trabalhou no famoso El Floridita; Harry Macelhone, determinante na coquetelaria do começo do século XX e conhecido por seu trabalho no Harry´s New York Bar; Santiago Policastro, considerado pai de todos os barmen latino-americanos; Don The Beachcomber, grande responsável pelo início do tiki-craze; Jorge Gasparó, que publicou o Guia Prático do Bartender, em que aparece pela primeira vez a tequila como base para uma mistura; Kazuo Uyeda, o inventor do hard shake e mestre da coquetelaria japonesa; e Harry Craddock, o último a ter feito um drinque antes da Prohibition em 1920 e inspiração para dois drinques do Frank Bar: ‘(Dry) Alaska’ e ‘Chrysanthemum’ feitos à base de gim e vermute, respectivamente.
Na segunda parte do cardápio a Stratum trata-se de um complemento da parte anterior, mas não é focada no autor e sim no drinque como influência. São coquetéis pouco populares, quase esquecidos, e que precisam ser trazidos de volta, pois suas receitas têm potencial para se adequar ao paladar moderno.
Há três variações a serem experimentadas o Ambrosia que leva Poire Williams Eua de Vie, Havana Club 7, marmelada de laranja vermelha com sour beer, Espumante Brut e CO²; o Mamie Taylor e o Fernet Cocktail, com um perfil de baunilha, amargo e resinoso.
A terceira parte é a Circumlocution. São drinques já bastante consumidos e podem ser difíceis para se fazer uma nova versão, mas existe criatividade para tudo, ainda mais nas mãos de Spencer. Aqui temos o Maverick Negroni, feito com Gin, Fernando de Castilla Classic Manzanilla, chocolate bitters, Amaro Lucano, óleo de castanha do pará e sal; o Aperol Soyer Au Champanhe; o Sangre y Humo, um Bloody Mary mais que renovado; e o Non Compos Mentis, uma nova versão do White Russian.
Para fecha o cardápio a quarta seção chamada Opus é composta pelas obras de Spencer e tem tudo a ver com a contemporaneidade. Ataraxia é um drinque defumado, cítrico, levemente frutado e doce à base de Evan Williams Black; o ‘A Smash’, composto por Gin Beefeater, Sencha Noily Prat, folhas de aipo, hortelã bicolor, chutney de manga, limão siciliano e puxuri; e o ‘Nahua Cooler’, que tem aroma de lúpulo, é refrescante, lático e leva tequila. Todos os drinks tem preço único de R$ 35,00.
Frank Bar – Maksoud Plaza Hotel – Rua São Carlos do Pinhal, 424